Arilda Costa e o pintor Alexander "Sasha"
Na Itália, além de se ter casado e tido uma filha, Arilda encontrou-se com o Sasha, nos jardins do Castelo Sant’Angelo, perto da praça São Pedro, durante a feira anual "ïnvito alla lettura", como recordou na entrevista que deu ao meu blogue pessoal pela internet. Trabalhava num stand que vendia livros de arte antiga, renascentista e moderna, e a noite ia aos concertos de jazz ao ar livre. Sasha havia acabado de se mudar para Roma, vindo de Moscou, e pintava nos jardins do castelo para sobreviver. Alexander "Sasha" Sergeeff nasceu em Moscou em 1968 e começou a pintar aos cinco anos de idade. Depois de ganhar seu primeiro prêmio aos nove anos, matriculou-se na Escola de Arte para o ensino médio. Influenciado por Diego Velàzquez e John Singer Sargent, ele estudou no Moscovo Instituto das Artes e na Academia Russa de Pintura. Quando foi convidado para vir a Roma, no início dos anos 90, apaixonou-se pela luz e pela beleza da cidade e emigrou para Itália. E agora trabalha em seu estúdio em Roma. Sua arte foi apresentada em numerosas publicações, incluindo uma edição especial em italiano da Architectural Digest e a INTERNATIONAL ARTIST. Tem exposto em Moscovo, Roma, Paris, Madrid, Barcelona e Estocolmo, bem como nos Estados Unidos. Sasha é filho de um engenheiro atômico que morreu em Chernobyl. Não tive ainda o prazer de o entrevistar, mas sobre ele o mais importante está divulgado no site http://www.artsasha.com/

“O Sasha como artista é 10, mas tenho a sorte de tê-lo como amigo. Ele é maestro... eu o chamo maestro. O meu sucesso está ligado ao sucesso dele. Costumamos brincar entre nós dizendo que eu trabalho p'ra ele e ele trabalha p'ra mim."
Arilda era uma jovem mãe e ainda não havia experimentado agenciar um artista, mas tinha um grande amor pela arte e o trabalho de Sasha foi uma paixão à primeira vista. O trabalho e a vida levaram-na para New York, mas ela levou consigo o trabalho de Sasha, que expõe e divulga nos Estadso Unidos. Não esquece Roma, cidade que exerce sobre ela enorme fascínio. “Morro de saudades de Roma, onde tenho amigos artistas, músicos… morar em Roma para mim era como morar em um museu a céu aberto”, diz, ou melhor, escreve pelo msn, misturando já palavras em italiano ao português. Foi morar em New York por razões familiares apenas, mas já sentia que poderia desenvolver nova actividade promovendo o trabalho de Sasha. Nos EUA passou a vender o pintor russo e também a mostrá-lo ao mundo através de revistas críticas da área. O ponto foi por fim atingido com a publicação na revista INTERNATIONAL ARTIST, parâmetro internacional entre as publicações especializadas, que o chamou de “masterful painter of Inhabited sculpture". Confiram no site. Vale lembrar que se trata de uma publicação para a qual os artistas são rigorosamente selecionados por mérito. Arilda conta como funciona: “Mandei uma carta de apresentação com brochuras e fotografias... e no dia em que recebi a carta com o convite foi um grande dia de satisfação. Fiquei mesmo muito feliz”.
Quis saber como foi trocar a Europa pelos Estados Unidos ou melhor, Roma por New York. Uma cidade muito louca ou um caos perfeito? Ela riu-se e respondeu que caos perfeito encaixa bem. Sobre o início da vida em NYC lembra que nem falava bem inglês quando chegou, mas confiava que com Sasha ia ser bem sucedida. “Comecei a visitar galerias, museus, ler tudo sobre arte… e daí que um belo dia surgiu a oportunidade: uma galeria interessou-se em mostrar o trabalho dele”, contou-me Arilda pelo msn, numa entrevista feita em várias etapas, entre uma tarefa e outra. Entre diversas actividades na área artística e na imprensa, ela agora estuda e pratica fotografia digital. Através da internet conheci-a, precisamente pelo jornal online O Rebate (www.jornalorebate.com) editado em Macaé, Rio de Janeiro, com o qual nós as duas colaboramos frequentemente - e esta é mais uma história de encontros entre pessoas e profissões. “Depois fui convidada para expôr o trabalho de Sasha nas Nações Unidas”, prossegue ela teclando, enquanto vamos falando sobre possíveis espaços para expôr em Portugal e no Brasil, entre outros projectos em comum que vamos esboçando à distância. Graças ao meu "encontro" com ela, este blogue chegou até ao jornal ComunidadeNews (www.comunidadenews.com), porta-voz da comunidade brasileira nos EUA, e acordamos uma troca de links. Falamos ainda sobre o desejo que ela tem de trabalhar com outros artistas, por exemplo de levar pintores brasileiros para expôr nos EUA, embora tenha especial admiração pelos pintores russos: “Os artistas russos são muito bons porque na Rússia, e particularmente em Moscou, está uma das melhores Academias de arte do mundo. Eles são muito bons porque são preparados, e sendo preparados a concorrência entre eles mesmos faz com que tenham que se superar. Mas gostaria de trabalhar com pintores brasileiros e não sei porque isto ainda não aconteceu”.

Enquanto prepara uma exposição de Sasha para Greenwich, Arilda Costa vai aguardando respostas ao artigo que publicou no O Rebate pedindo aos pintores brasileiros que contactem com o seu escritório em New York e enviem material informativo. Particularmente recomendo o mesmo aos pintores portugueses. O e-mail para contacto directo é: europeanart33@hotmail.com
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