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domingo, 20 de janeiro de 2008

Eduardo Dias cantando, de Chico Malta, Boto Moço

O tempo e a distância não me fizeram esquecer este menino, que vi "nascer" para os palcos de Belém do Pará, vindo de Óbidos, com as melodias do rio Amazônas no ouvido revezando com o som do batuque dos tambores do Carimbó. Acompanhei Eduardo Dias, ainda a frequentar a faculdade de Letras e Artes da UFPA, aluno de Ruy Barata, se increvendo nos primeiros festivais de música paraense, compondo as suas primeiras letras e canções.

Através das suas interpretações pela noite de Belém, nos bares, nas praças e entre amigos, conheci quase todos os grandes compositores e poetas da Amazônia, que não tocavam naqueles anos 70/80, em que as rádios brasileiras tocavam música estrangeira mais que a nacional e as rádios paraenses tocavam música do caribe. Quando conto a alguém que cresci ouvindo merengue ninguém acredita. O carimbó eu só conhecia como uma encenação folclórica do meu bairro que também havia noutras cidades da região bragantina. Pesquisador dos rítmos e das lendas amazônicas, o menino Eduardo Dias, que eu juntei uma vez com os compositores que ele tanto admirava, no palco do Teatro da Paz, no início doa anos 80, numa produção minha do espectáculo musical Feira Paraoara, empenhou-se comigo, ele mesmo em convidar outros participantes e me ajudar, naquela que foi uma das tentativas de criar um horário de shows das seis da tarde em Belém. Com o tempo foi se pondo na roda entre eles e se impondo com a humildade que o caracteriza.

O já vencedor de alguns festivais Eduardo Dias, que tantas vezes me visitava na redação do caderno de arte e cultura do Diário do Pará para divulgar as suas apresentações, é o mesmo moço que vocês podem ver neste vídeo, cantando no programa Sr. Brasil e que já tem música gravada pela mais célebre cantora paraense, Fafá de Belém, só para citar um exemplo. É ele, pela ordem, poeta, compositor e intérprete de rítmos amazônicos, das toadas românticas - como Boto Moço, de Chico Malta, uma arenga com a lenda do boto - forró, carimbó e outros rítmos regionais. Vejam o site do músico: http://www.eduardodias.net/ ligado com o Portal de Óbidos.
Ana Lúcia Araújo
luso-amazônica


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1 Comentários:

  • A músicalidade Paraense vai além das fronteiras dessa imensa floresta Amazônica, é bom discutir e falar da boa música paraense...
    Ana umas das coisas mais facinantes da
    ... Música paraense e que ela recepciona diversas influências através dos séculos. No século XX pode-se perceber um delineamento de suas características e de sua peculiaridade.
    Alguns desses fazem parte dessa lenda;
    Altino Pimenta
    Alfredo Reis
    Arraial do Pavulagem
    Beto Barbosa
    Bob Freitas
    Calypso
    Cravo Carbono
    Dayse Addario
    Delinquentes
    Edyr Proença
    Fafá de Belém
    Gabi Amarantos
    Gisele Griz
    Jaime Ovalle
    Jane Duboc
    Leila Pinheiro
    Liana Gomes
    Lucinnha Bastos
    Maria Lidia
    Marco André
    Mahrco Monteiro
    Mestre Cupijó
    Mestres da Guitarrada
    Mestre Laurentino
    Mestre Lucindo
    Mestre Verequete
    Nego Nelson
    Nelson Neves
    Nilson Chaves
    Norman Bates
    Paulo André Barata
    Patricia Oliveira
    Pedrinho Cavalléro
    Pinduca
    Raimundo Satyro de Mello
    Ruy Paranatinga Barata
    Salomão Habib
    Santa'Ana Pereira
    Sebastião Tapajós
    Tynnôko Costa
    Vital Lima
    Waldemar Henrique
    Wilson Fonseca (Isoca)
    Ziza Padilha
    Parabéns pela linda matéria.
    Mauro Bicudo.

    Por Blogger Unknown, às 27 de janeiro de 2008 às 18:43  

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