O PSD é um partido ou um saco de gatos?
A falta de unidade política entre os líderes do PSD é cada vez mais visível. A postura pseudo-democratista de debater em público as suas crises mais viscerais e de remetê-las sempre às bases, está a levar a sigla ao desgaste como instituição política e só quem é cego não vê. O PSD não tem sabido potencializar energias nem crescer na oposição, nem mesmo nos momentos em que o governo é confrontado nas ruas. As críticas são fracas, mal fundamentadas, o comportamento oposicionista não tem passado idéias que pareçam ir além da velha intriga. As lideranças nacionais mostram-se cada vez mais personalistas e anti-partidárias aos olhos do público. Luís Filipe Menezes, cuja postura sempre destoa do de costume, demarca-se do que aí está com esta renúncia e acumula pontos junto do eleitorado nacional - para além do PSD. Quem quiser pesquisar poderá constatar. Mais uma manifestação do personalismo vigente, ou uma rebelião diante dos costumes que levará Menezes ao crescimento como líder nacional? Saberá o PSD crescer com ele após a sacudidela?
Quando soube da renúncia de Menezes logo perguntei a quem assistia comigo ao noticiário: saberá o PSD reunir-se para aproveitar este facto e seguir atrás deste "chega" e deste "basta"?! Estas palavras podem estar a sugerir uma mudança de postura diante do eleitorado. Um PSD novo, espontâneo, simpático, feito de barões, "cromos" regionais, mas também de líderes capazes de unificar uma sigla. Pois concordem ou não, o PSD não tem um líder com carisma público e espontaneidade que se compare a Menezes hoje. A textura dos últimos líderes que temos visto, assim como a dos candidatos que se apresentam para as próximas directas tem um traço em comum: expressão arrogante diante dos jornalistas, discurso e frases ensaiadas (mal ensaiadas), personalismo e demagogia fáceis de serem percebidos, antipatia, excessiva preocupação com o próprio quinhão em detrimento da unidade partidária. E um pecado mortal na imagem de um líder político: o nariz empinado que nunca mais se gasta.
Na melhor das intenções pergunto: o que se passa com o PSD? Não sabe que não é possível haver um bom lider sem um partido unificado, mas que também nenhum partido cresce sem amadurecer um líder com durabilidade de pelo menos uma geração? Terá se tornado o principal partido de oposição em Portugal um triturador de lideranças? A assim continuar, que farão no futuro dentro do PSD homens com carisma, bons de público e de voto? Para onde irão os líderes naturais que surgem e surgirão? Acabarão indo para outros partidos, formando novos partidos e deixando o ringue para os barões e seus respectivos defensores. O tempo dá os seus sinais, como sempre, para quem os sabe ler. Só quem já morreu não muda de opinião. O excesso de confiança na fidelidade dos eleitorados e colégios, assim como o desleixo na observação das novas mentalidades que timidamente vão se formando, parece ainda não fazerem parte das preocupações e do debate interno de algumas crônicas instituições, perdidas na luta em aberto e em directo por interesses completamente defasados aos olhos do público.
0 Comentários:
Postar um comentário
<< Home